domingo, 29 de maio de 2011

Incentivo a leitura

Professora do Pará se destaca por encontrar método de incentivo à leitura para crianças

         Mara Pereira da Silva, que vive em Benevides (PA), enfrentou dificuldades, mas conseguiu se formar em Pedagogia e se especializar em educação infantil. Há quatro anos, ela encontrou o projeto Crer Para Ver, uma maneira criativa de fazer as crianças se apaixonarem pela leitura. Ela já treinou mais de 90 professores e mais de 2.000 alunos já passaram pelo projeto.http://noticias.r7.com/videos/professora-do-para-se-destaca-por-encontrar-metodo-de-incentivo-a-leitura-para-criancas-/idmedia/fbd96221f65175f9c536316d8ab87163.html

Projeto de Leitura

Projeto Luz do Mundo leva leitura para crianças carentes de Porto Alegre
Do R7-
publicado em 23/05/2011 às 12:10
O projeto Luz do Mundo foi idealizado pela pedagoga Thanise da Silva. E com a ajuda de voluntários, ela leva o mundo da leitura e diversão para crianças carentes da periferia de Porto Alegre. Veja na reportagem.http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/noticias/projeto-luz-do-mundo-leva-leitura-para-criancas-carentes-de-porto-alegre-20110523.html

sábado, 28 de maio de 2011

Livro mostra trajetória da produção editorial no País

AE - Agência Estado
       Há 203 anos, um decreto de d. João criava no Rio a Impressão Régia, primeira gráfica-editora em solo brasileiro. A iniciativa do príncipe regente é saudada pelos historiadores tanto quanto a de abrir os portos às nações amigas, por ter contribuído para nosso desenvolvimento social, político e cultural. Ainda assim, ela ficou apagada quando se comemorou o bicentenário da chegada da corte portuguesa, em 2008.


"Impresso no Brasil - Dois Séculos de Livros Brasileiros" (Editora Unesp e Biblioteca Nacional) será lançado hoje, às 18 h, na Livraria João Alexandre Barbosa da USP (Rua da Reitoria, 374, tel. 3091-4156), na esteira da efeméride. Com 35 capítulos assinados por pesquisadores de instituições de vários Estados, abrangendo a produção editorial de lá para cá, como as primeiras tipografias e editoras, as experiências particulares do Amazonas ao Rio Grande do Sul, e fenômenos como Paulo Coelho e a série Harry Potter, a publicação mostra que o sonho de democratizar a leitura, fazendo do livro objeto acessível aos mais pobres, vem de muito longe.

No fim do século 19, quando a capital brasileira contava uma dezena de livrarias e a taxa de analfabetismo atingia 80%, o aumento da migração campo-cidade provocou o surgimento dos primeiros livros populares de que há registro. Diferentemente das encadernações caprichadas dos livreiros estrangeiros, como o francês Baptiste Louis Garnier, principal editor de Machado de Assis, nossos livros ganhavam capas simples e eram feitos de papel barato. Por isso, custavam menos da metade do preço.

Os chamados "livros para o povo", clássicos de Alighieri a Verne, volumes sobre fotografia, direito, música, biologia já faziam sucesso em Portugal. Por lá, também só um pequeno grupo de privilegiados podia comprar edições caras. O Brasil se beneficiou desse know-how e viu surgir edições em "formato acomodado a qualquer bolso que não seja do colete", como passou a anunciar o próprio Garnier em sua chique loja da Rua do Ouvidor.

Outros editores passaram a se dedicar às edições de baixo custo. No fim dos anos 1870, era aberta a Livraria do Povo, que anunciava: "Até os cadáveres se levantam pra aproveitar as pechinchas!" O livro deixava aos poucos de estar atrelado ao saber erudito.

Hoje, a média de livros lidos por ano pelo brasileiro é de 4,7 por ano (a maior parte, emprestado, de conhecidos e de bibliotecas) e o governo tenta emplacar o livro popular, que custaria até R$ 10 e atenderia às classes C, D e E. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Leituras Sabáticas com Lygia Fagundes Telles

TV Estadão | 3.12.2010
A escritora paulistana Lygia Fagundes Telles estréia a série "Leituras Sabáticas" lendo seu conto "O Moço do Saxofone", de 1966http://tv.estadao.com.br/videos,LEITURAS-SABATICAS-COM-LYGIA-FAGUNDES-TELLES,126581,253,0.htm

O futuro do Livro

Link na Cultura: Leitura digital na íntegra (1)

TV Estadão | 16.5.2010
Encontros Estadão & Cultura: Com mediação de Alexandre Matias, editor do Link, Flávio Moura, diretor de Programação da FLIP, e Samuel Titan, do Instituto Moreira Salles, abordaram o futuro do livrohttp://tv.estadao.com.br/videos,LINK-NA-CULTURA-LEITURA-DIGITAL-NA-INTEGRA-1,100806,261,0.htm

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Leitura


                                                                                                    A  Leitura
                    
                                  
    Etimologicamente, ler deriva do latim “lego/legere”,que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos.
     Para muitos a leitura  significa, apenas o ato de folhear um jornal, revista e principalmente livros.Lêem-se palavras, e nada mais, diz o senso comum.Algumas pessoas escolhem um livro apenas pelo título que compõe a capa, outros já possuem uma forma mais aguçada de ler, há aqueles que por preguiça desinteresse ou falta de tempo apenas folheam um livro ou revista, como também  existe os que pegam o jornal e lêem apenas as notícias  que estão em destaque.Significa apenas um passar de olhos. 
      A leitura relaciona-se em muito com a experiência de vida de cada um,tem a ver com a visão de mundo.O leitor, carrega consigo, como nos afirma Paulo Freire “ a sua própria leitura do mundo”,e esta leitura de mundo não vem apenas  do conhecimento prévio do leitor,mas está relacionada a diversos outros aspectos que influenciam o ato de ler.
    "Ler é uma atividade prazerosa,mas também muito complexa, pois envolve o ser humano como um todo, não apenas a mente e os olhos, mas o corpo todo, principalmente a imaginação e a criatividade",Gabriele Gregersen.Mas esta atividade que é complexa e ao mesmo tempo prazerosa vai além do decodificar letras ou palavras.Podemos ler muitas coisas mais, além do texto escrito. Podemos “ler” uma música, uma situação ou uma paisagem.Lê-se imagens, o tempo,o mundo...

                                      
                                                      Vidas Secas
                                                    Graciliano Ramos

      "Cavou  a areia com as unhas,esperou que a água marejasse e, debruçando-se no chão,bebeu muito.
Saciado,caiu de papo para cima,olhando as estrelas,que vinham nascendo.Uma ,duas,três,quatro,havia muitas estrelas,havia mais de cinco estrelas no céu.O poente cobria-se de cirros- e uma alegria doida enchia o coração de Fabiano.
    Olhou o céu de novo.Os cirros acumulavam-se,a lua surgiu,grande e branca.Certamente ia chover"


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O Processo de desenvolvimento da leitura

    Usualmente define-se a leitura a partir de uma perspectiva individual, sendo considerado o resultado de um período determinado de escolarização. Foi a partir do séc.XVIII que a história da leitura começou a sofrer mudanças que fizeram dela uma atividade definida  como de natureza social. Regina Zilberman fala que tais  mudanças se devem a transformações de dois tipos: tecnológica e institucional.A partir do momento em que a impressão de obras escritas deixou de ser um trabalho quase artesanal,a leitura passa a ser uma atividade empresarial,capitalista e dirigida ao lucro.E que conta com uma clientela capaz de consumir este produto,ou seja,pessoas que possuiam a capacidade ou habilidade para ler.Outro incentivo á leitura veio através do fortalecimento da escola como local de ensino obrigatório e da familia como local apropriado,adequado a atividade da leitura.Entre outros fatores mais,que contribuiram juntamente para a formação do leitor.
           Seja a leitura individual de um texto ou a leitura coletiva,existem alguns aspectos importantes a serem considerados. Entre estes aspectos existe a relação entre autor-leitor.O texto sem a figura do leitor, do ponto de vista da leitura, não existe, e a leitura é uma ação que acontece através da interação entre ambos. Texto e leitor dialogam e, nessa conversa, nessa intimidade, se contam, se revelam, se significam.
         Angela Kleiman  explica que a leitura é um processo interativo,um conjunto de vários fatores individuais,inconscientes e  conscientes ,e que é a partir destes fatores que compreendemos o texto. Tal compreensão se dá através de um processo que se utiliza do conhecimento que o leitor adquiriu ao longo da vida ,o conhecimento prévio. Esse conhecimento divide-se em conhecimento linguístico, conhecimento textual e conhecimento de mundo. 

                                  

     Aspectos Cognitivos da Leitura
        
       Ler envolve múltiplos aspectos,tais como a interação,mesmo que a distancia,entre autor e leitor,o conhecimento prévio do leitor,conhecimento lingüístico,textual e também o conhecimento de mundo.Ou seja,para  Ângela Kleiman,a leitura não é um ato mecânico,sem vida.É um momento individual do leitor,mas também de interação deste com o mundo ao redor, mostrando um processo em que o leitor utiliza os diferentes níveis de conhecimento para que ocorra essa interação, além de considerar importante a leitura com objetivo  através da formulação de hipóteses.São aspectos que se tornaram parte relevante no processo da leitura, por ser estarem ligados a relação entre o leitor e o texto enquanto objeto.Entre esses aspectos então a escrita e como o leitor a vê e a compreende,a memória deste leitor,a conclusão ou dedução do texto por ele.
     
        Considerando que a leitura é um processo complexo de atividade interativa na   busca da construção de sentidos, torna-se necessário  levar em conta vários fatores e as experiências e conhecimentos do leitor. Tais fatores dizem respeito ao conhecimento dos elementos lingüísticos, esquemas cognitivos, bagagem cultural e as circunstâncias em que o texto foi produzido.Uma vez que a leitura exige do mesmo uma gama de estratégias que perpassam pela seleção, antecipação, inferência,  verificação. Além de articular tais saberes ao conhecimento do código lingüístico junto ao seu conhecimento de mundo para elaboração das leituras possíveis,já que um mesmo texto admite uma pluralidade de leituras e sentidos. Para dirigirmos e auto-regular nosso próprio processo de leitura de forma satisfatória temos que estabelecer também os objetivos dessa ,pois,  os objetivos do leitor é que nortearão de forma ativa a essa atividade.
       Essa leitura não se prende no texto, somente aos aspectos cognitivos , já que ela é também um ato social. No momento da leitura o leitor está ouvindo o autor, nessa etapa,ele, o leitor, escolhe rejeitar ou aceitar o texto.  Entender o texto exige então criatividade e flexibilidade . No momento da leitura se formula hipóteses, objetivos, que justificam o ato de ler. O que torna o leitor,sujeito ativo frente ao texto.Mas não considerar a importancia dos aspectos cognitivos também se torna um erro.Segundo Ângela Kleiman na leitura, há uma reconstrução do significado do texto pelo leitor ,mediante o uso de conhecimentos partilhados entre  ele e o autor . A utilização do conhecimento prévio permite ao leitor fazer inferências ou operações cognitivas com bases em marcas formais do texto, operações,estas, necessárias para relacionar diferentes informações e  partes em um  todo compreensível para ele.Dentro destes conhecimentos prévios do leitor se encontra o conhecimento linguístico.O conhecimento lingüístico consiste no conhecimento gramatical e lexical e tendo como princípios bases a compreensão do conhecimento através da organização do material lingüístico na superfície textual, ou seja, o uso dos meios coesivos para efetuar a remissão ou seqüencia textual; a seleção lexical adequada ao tema ou modelos cognitivos ativados.Usado para processamento do texto,atividade de agrupar as palavras em unidades ou fatias maiores chamadas constituintes da frase ,a falta do  conhecimento linguístico afeta a compreensão do texto ,sendo até mesmo impossível de acontecer.Parte também importante no processo de compreensão da leitura é o conhecimento textual, que refere-se a estrutura do texto cujo discurso pode se classificar em narrativo, descritivo e argumentativo, quando considerado o caráter de interação entre o autor e o leitor,ou seja, as formas verbais orais e escritas do texto.O conhecimento de mundo remete aos conhecimentos gerais sobre o mundo, assim como aos conhecimentos alusivos e vivências pessoais.
       O objetivo central destes conhecimentos está em fazer com que o leitor se engaje no processo de leitura,não sendo passivo,mas fazendo uso de todos os conhecimentos disponíveis a ele.Para que haja este engajamento é necessário que o leitor tenha expectativas sobre a leitura,ou objetivos ao realizar o ato de ler.Esse objetivo será o caminho utilizado pelo leitor na formulação de hipóteses ou uma reflexão sobre o texto,permitindo que aquilo que foi lido seja lembrado com maior facilidade.As hipóteses do leitor fazem com que certos aspectos do processamento, essenciais a compreensão, se tornem possíveis, tais como o reconhecimento global e instantâneo de palavras e frases relacionadas ao tópico , bem como inferências sobre palavras não percebidas.Estabelecer objetivos é uma forma do leitor ter o controle sobre o próprio conhecimento e o que fazer com ele.Esse controle  e também o levantamento de hipóteses são chamados de estratégias metacognitivas .Ou estratégias que fazem da leitura algo mais que um passar de olhos,e que possibilitam ao leitor desenvolver uma leitura proficiente 



       .
   A importância da leitura na Educação Infantil e na EJA     


          Ao falarmos sobre leitura não poderíamos deixar de lado a forma como esta é tratada dentro de sala de aula.E percebemos que de uma forma geral,a leitura é vista pelos alunos como um momento entediante,por não estar relacionada ao se contexto,sua realidade.Seja na disciplina de Português,literatura ou até em outras,o que fica claro é que faltam meios aos professores de despertar em seus alunos o interesse pela leitura.Ângela Kleiman fala da dificuldade que os docentes vivem na tentativa de promover condições favoráveis dentro de sala para a formação do leitor.Sendo que a leitura é essencial na solução de problemas relacionados ao aproveitamento escolar.Em Oficina de Leitura,Ângela Kleiman focaliza estratégias que devem ser conhecidas por professores que trabalham na formação do leitor.“Os meus alunos não gostam de ler” é a queixa mais freqüente entre professores.E nos perguntamos o que fazer?

       Seja na Educação Infantil ou na EJA torna-se essencial que o professor tenha paixão pela leitura.É o que diz a professora Daniela Bandeira,além é claro de desenvolver atividades criativas voltadas para a prática da leitura.


O educador vai formar leitores,se ele encantar o seu leitor. Quando a criança está na educação infantil,a leitura é rodeada por magia,alegria,contação de história.Ela vem com todas essas estratégias que os professores da educação infantil trabalham em sala de aula.Então não é uma leitura assim seca,sem graça.Acho que isto tem que ser levado até para EJA e até para a Universidade.Eu acho que as crianças perdem um pouco o encantamento e a vontade de ler porque o professor alfabetizador,as vezes,ele fica muito ansioso,e é mais do que natural,porque tem mais de 30 crianças,e ele tem que fazer com que aquelas 30 crianças saiam decodificando e codificando,isto é tenso para o professor alfabetizador.Então, eu penso que,por trabalhar muitas atividades de sistematização,de escrita,de leitura.Que são importantíssimas e necessárias,a questão desta magia e do encanto da leitura,ficam um pouco de lado e vai se tornando cada vez mais de lado,a medida que a criança vai avançando no ensino fundamental,médio ou mesmo o aluno que chega em EJA e o professor tem aquela preocupação em alfabetizar. Então penso que , há essa perda de encanto,de magia , exatamente por esta questão,porque surge muitas preocupações.na educação infantil é livro que leva para casa no final de semana,e volta,e conta história,e tem que ler para a mãe e tem que ler para o pai.Tem todo um ritual em torno da leitura que é deixado aí perdido ao longo do caminho.” Daniela Bandeira
         Falando em EJA é preciso que professores sejam sensíveis a realidade dos seus alunos,não fazendo uso de atividades e textos infantilizantes e cansativos.Esses profissionais precisam estar inteirados do contexto social,cultural de seus alunos.Que no geral são pessoas que exercem uma atividade,muitas vezes cansativas,e que quando chegam a escola,procuram uma realidade diferenta da que eles já conhecem.Analise da Silva fala sobre a necessidade de que professores do EJA recebam uma capacitação que vá além da simples alfabetização.Sensibilidade e conhecimento da realidade de seus alunos é o primeiro passo para se desenvolver um trabalho sério em EJA.

                                                                           "Adulto não está começando a viver.Ele já tem toda uma vida e esta vida precisa ser considerada.O educador precisa considerar todas as vivencias do jovem e adulto.E estimulá-lo a construir o conhecimento a partir de seus saberes.São várias as dificuldades enfrentadas pelo aluno de EJA.Dificuldades de natureza pessoal,discriminação e preconceito em suas próprias familias e na sociedade em geral.Outras dificuldades são de natureza social,precisam trabalhar,chegam cansados em sala de aula,muitas vezes eles dormem em algum periodo da aula,mas o fundamental é perceber que estas pessoas que podiam irem embora para suas casas descansarem para um novo turno de trabalho,fez a opção de estarem na escola..."


        
 Conclusão
       As relações sociais estão  associadas a leitura, o que antes era basicamente discurso oral, agora é marcado  pela forte presença do  discurso escrito. A aproximação das pessoas pela comunicação, a globalização, as novas tecnologias, tudo converge á leitura. Que nos é apresentada desde muito cedo. Quando crianças nos sentimos envolvidos por aquele mundo fascinante das letras, á medida em que o tempo passa vamos percebendo que a leitura não é apenas prazer, gosto, fascínio mas também utilidade, forma de compreender o mundo e de nos fazer entendido por ele.
        Por meio de pesquisas e estudos sabemos que a aquisição da leitura envolve uma série de fatores, conhecimento de mundo, conhecimento lingüístico, acesso á textos diversos e outros. A boa leitura vai além de decodificar e codificar letras, sílabas, palavras, é um momento mais complexo de estabelecer uma relação com o autor, de conseguir perceber as marcas do texto, de se posicionar sobre o objeto da leitura.  Esses elementos que perpassam a leitura nos levam a refletir sobre termos comuns hoje em nosso meio como analfabeto funcional ou leitor proficiente.
      Como fazer do aluno alguém com capacidade crítica ao ler? Uma pessoa capaz de transformar sua leitura em uma produção real em experiência de vida, em cultura. Como influenciar o aluno a ser independente no momento da leitura? Como transformá-lo nesse ideal  "leitor proficiente"? É papel do professor questionar sua prática em sala de aula, como ele tem apresentado a leitura para os discentes, o material que ele seleciona para os alunos, analisar se ele, professor, é um exemplo de leitor,se desperta em seu aluno o interesse pela leitura. Só assim ele saberá se está preparando o aluno, apenas para ler em sala de aula  ou ler aquilo que lhe é exigido, como por exemplo um texto que cairá na prova  ou se ele consegue formar ,ou melhor, despertar um leitor para além da sala. 






                                                      Infância
A Abgar Renault
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre  mangueiras.
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que  aprendeu
a ninar nos longes da senzala - nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu...Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Carlos Drummond de Andrade




Referencias Bibliográficas      

KLEIMAN,Angela.O conhecimento prévio na leitura.In:Texto e leitor:Aspectos cognitivos da leitura.Campinas SP:Pontes,1989
Oficina de Leitura: teoria e prática.Campinas,SP:Pontes,1993
KOCH,Ingedore V. O texto e a construção dos sentidos.São Paulo:Contexto,1997
JOLIBERT,Josette(coord.) Formando crianças leitoras.Porto Alegre:Artes Médicas,1994

Leitura - Múltiplos Olhares
REGINA CÉLIA DE CARVALHO PASCHOAL LIMA (ORG)-1ªEDIÇÃO
ANO: 2005